há cidades que nos acolhem e re-acolhem a cada regresso. locais onde se volta sem de lá ter saído. ruas onde o cérebro comuta automaticamente para o sentido correcto dos passos. gestos apreendidos, rostos que se reconhecem mesmo sem palavras trocadas. fica sempre a sensação de agenda não-cumprida, coisas adiadas para a próxima visita. desta vez, além trabalho, do wet-british-kentish weather, do frio e do aconchego, Canterbury foi a solenidade do serviço religioso Evensong, com o cair da noite, na nave central da Catedral da Cantuária. Brutal!
não se descreve a madeira a reverberar sob os pés em consonância com os sons do orgão de tubos que, de tão graves, eram quase imperceptíveis ao ouvido; o corpo envolvido pelos sons sussurados de uma cadência plagal cantada a quatro ou mais vozes pelo coro da catedral, terminando um dos hinos do serviço religioso, espalhando-se pelas arcadas, naves, pelo espaço solene tão majestosamente pensado por comuns mortais; não se explica o arrepio. de olhos fechados ou abertos, mostras do génio humano transcendido a penetrar-nos o corpo/alma. chame-se a tudo isto obra de inspiração divina. eu contraponho a ideia de Homem auto-divinizado. por uma segunda vez, brutal.
não se descreve a madeira a reverberar sob os pés em consonância com os sons do orgão de tubos que, de tão graves, eram quase imperceptíveis ao ouvido; o corpo envolvido pelos sons sussurados de uma cadência plagal cantada a quatro ou mais vozes pelo coro da catedral, terminando um dos hinos do serviço religioso, espalhando-se pelas arcadas, naves, pelo espaço solene tão majestosamente pensado por comuns mortais; não se explica o arrepio. de olhos fechados ou abertos, mostras do génio humano transcendido a penetrar-nos o corpo/alma. chame-se a tudo isto obra de inspiração divina. eu contraponho a ideia de Homem auto-divinizado. por uma segunda vez, brutal.