In-I, uma co-produção promovida pelo National Theatre, que desafiou os conhecidos actriz e coreógrafo a lançarem-se no espaço do palco, explorando vertentes criativas que à partida seriam estranhas ao corpo de cada um deles. Akram transforma Juliette numa performer, Juliette incentiva as capacidades teatrais de Akram. durante meses trabalharam em conjunto sobre as diferentes vertentes do amor. em palco, resultou uma performance cronológica sobre os sentimentos no âmago de uma comum relação de casal. desde a paixão deslumbrada até ao sentimento mais maduro e terno que associo ao crescimento, no tempo, de uma relação duradoura, ainda que os caminhos possam ter as suas encruzilhadas mais ou menos problemáticas (a sobrevivência, associada ao amor). é nestas encruzilhadas que se situa o espaço explorado quer pela dança, quer pela interpretação do texto que a acompanha.
também o espectáculo tem os seus momentos altos e baixos. a encenação, minimal mas extremamente eficiente (uma parede móvel e iluminação pensada ao detalhe) tem a assinatura de Anish Kapoor, artista que já me tinha impressionado com a sua instalação na Tate Modern, Marsyas. Os duos de dança entre Khan e Binoche podem ser ditos simples quando comparados com outros trabalhos do coreógrafo, mas resultam muito bem, mostrando o trabalho soberbo que Juliette fez para chegar a este nível de dança, e transmitindo a grande empatia que existe em palco entre os dois.
a mais valia do espectáculo saltou do programa do espectáculo. a constatação da representatividade linguística da palavra Amor na língua grega. são 14 as palavras que definem 14 formas de Amor. irei transcrevê-las. Juliette Binoche ainda lança o desafio: completar o conjunto com novas entradas.
teatro e dança: etiqueta que assenta sobre este post que nem miolo de noz dentro da sua casca.
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