janeiro 27, 2009

e.e. cummings, revisitado




somewhere i have never traveled,gladly beyond
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near

your slightest look easily will enclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skillfully,mysteriously)her first rose

or if your wish be to close me,i and
my life will shut very beautifully,suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;

nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility:whose texture
compels me with the colour of its countries,
rendering death and forever with each breathing

(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain,has such small hands

e.e. cummings
... de W [ViVa] (1931)

[ viii, em xix poemas, Assírio e Alvim]

1 comentário:

Anónimo disse...

…//em algum lugar que nunca fui, alegremente para além //em algum lugar que nunca fui, alegremente para além de qualquer experiência, seus olhos têm silêncio próprio: em seu mais débil gesto existem coisas que me enclausuram, ou que eu não posso tocar porque estão muito perto seu mais rápido olhar facilmente me captura e no entanto eu me fechei como dedos, você me abriu pétala por pétala como a primavera abre(tocando habilmente, misteriosamente) sua primeira rosa ou se você deseja me fechar, eu e minha vida nos fecharemos belamente, de repente, como quando o coração das flores imagina a neve caindo devagarinho sobre tudo; nada se percebe nesse mundo igual ao poder da sua intensa fragilidade: cuja textura me compele para as cores dos seus campos traduzindo por hoje e sempre com sua respiração eu não sei o que é sobre você nos fechamentos e aberturas; apenas alguma coisa em mim entende que a voz dos seus olhos é tão profunda como todas as rosas) ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas