a companhia teatro dos aloés esteve no porto, teatro carlos alberto, nas últimas duas semanas. apresentou duas peças escritas recentemente: facas nas galinhas (1995), do escocês David Harrower, e canção do vale (1996), do sul-africano Athol Fugard. teatro humanista. e teatro de sonhos. comum às duas histórias o estímulo que impele a seguir os grandes sonhos que dão sentido à vida. e para além do texto, excelentes encenações, cenografias, produção.
também comum às duas peças, a presença em palco de carla galvão. e que desempenho! não espanta descobrir que carla recebeu recentemente dois prémios (Associação Portuguesa de Críticos, e Prémio Santareno de Teatro - Revelação).
[imagem de facas nas galinhas, ©teatro dos aloés]
o único aspecto triste a marcar é a ausência de público na sala do teatro carlos alberto. nas duas sessões que assisti, não eramos mais de 20 no total. talvez tantos quanto a equipa de produção e actores. que se passa? onde anda o público que esgota o teatro nacional são joão quando os grandes nomes** sobem até ao porto? só vai ao teatro ver celebridades? não quer conhecer as celebridades do futuro? pois se gostam de teatro, foi uma pena não encherem também o carlos alberto.
** gosto de Eunice Muñoz, e tenho um fascínio particular pelos livro e peça de teatro "the year of magical thinking" de Joan Didion, mas não consegui ver o trabalho apresentado no tnsj, de tão esgotado que esteve. pergunto-me:
quantos terão sentido vontade de sair?
quantos terão ficado mesmerizados?
quantos terão chegado a casa e tentado ler o livro (já traduzido em portugal)?
quantos terão sentido vontade de sair?
quantos terão ficado mesmerizados?
quantos terão chegado a casa e tentado ler o livro (já traduzido em portugal)?
há algo que não está bem. nada pior do que encenar uma peça e não ter público para vê-la. especialmente quando se trata de um excelente trabalho de grupo.
3 comentários:
é realmente uma pena que os bons espectáculos de nomes menos conhecidos não sejam divulgados da mesma forma que os espectáculos de gente mais conhecida, mesmo quando não são bons.
quem não esteve nos espectáculos dos aloés perdeu sem duvida grandes desempenhos, especialmente da carla galvão
manchinha, os espectaculos são bem divulgados! os aloés estão no programa do tnsj. simplesmente, e infelizmente, toda a gente gosta muito de teatro, mas não o vê ou procura.
é um tema propício a discussão... é verdade que há muitas variáveis (preços, divulgação, qualidade, temáticas, crise, mau tempo..... )
é verdade. as pessoas estão sempre a queixar-se do que não têm, do que aqui ou ali não thá. mas chega à sexta-feira e ao sábado e vão gastar 20 euros em copos e são incapazes de gastar metade num bilhete de teatro. (ainda ficavam dez para os copos...)
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