... escarpas, despidas pela erosão,
revelam marcas fortes do passado, num conjunto de estratos geológicos muito
particulares (cor, estrutura, composição, origem...) que permitem revisitar cerca de 2 mil milhões de anos de história. uma das teorias propostas para explicar a formação do canyon, o
oceano terá existido quando este pedaço de planeta se encontrava algures na
linha do Equador, a 4000 km de distância(!), há 200 mil anos atrás. o que hoje
nos é dado a conhecer resulta da dinâmica intrínseca do nosso planeta, da
tectónica, e é alvo de teorias que merecem exploração na grandeza do Canyon,
como a teoria “DUDE: Deposition, Up-lift,
Down cutting, Erosion”.
... as culturas índias (tribos
Havasupia, Hualapai, Paiute, Navajo e Hop) remontam a milhares de anos de Canyon, e nos últimos séculos cruzam-se
perigosamente com a história de europeus e americanos. há lugares remotos aos
quais só pode chegar-se por caminhadas de longas horas, ou pelo rio Colorado.
para descobrir, histórias de aventureiros, exploradores, índios,
políticos, e mineiros que marcaram a paisagem. exemplo particular, os aventureiros irmãos Kolb que deixaram um testemunho muito
importante sobre a vivência do Canyon no início do século XX, justificando uma
visita ao Estúdio de fotografia Kolb instalado com vista privilegiada sobre o
trilho Bright Angel, onde podem
visionar-se filmes registados com técnicas inovadoras para a época e em
condições bastante complicadas, como aquelas oferecidas pelos rápidos do rio
Colorado.
... o Canyon tem
muitos outros espectadores para além dos humanos: imponentes veados-mula,
inúmeros esquilos; corvos perscrutadores; falcões peregrinos e condores
(espécie protegida e em pequeno número) a patrulhar e a identificar restos
mortais das suas presas; gaios-azul, corvos, e os impressionantes andorinhões
em voos de alta velocidade.
... desafia turistas e amantes da
natureza. é visitado por cerca de 4 milhões de visitantes anuais, mas a
estatística diz que apenas 1 a 5 % dos visitantes desce abaixo da linha do
topo. o tempo médio de visita ao parque natural é de cerca de 6h, mas podendo,
fica-se muito mais tempo. visitar o Canyon implica percorrer os seus caminhos,
descer e subir os trilhos que recortam as encostas dos desfiladeiros em
repetidos zig-zag vencendo a variação brusca de elevação, respeitando a
imponência e a severidade que a natureza ali nos apresenta. dispondo de mais
tempo pode descobrir-se o rio Colorado em caminhadas mais longas, de alguns
dias, passando pelos ranchos que apoiam os caminhantes na base do desfiladeiro,
outrora pontos de apoio para mineiros e exploradores.
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