ainda estou a matutar na reserva de Alvess à exposição pública da sua obra.
transcrevo um pouco de um artigo muito completo por João Fernandes e Sandra Guimarães, na e-vai: plataforma virtual para a comunidade das artes plásticas e visuais.
"Por sua vez, há ainda um outro detalhe biográfico, aparentemente contraditório com este último, que relaciona Alvess com autores que anunciam uma modernidade redefinidora das atitudes perante a arte e perante a vida. Alvess, na independência com que separa o seu trabalho de artista das questões da sobrevivência na sua vida de cidadão (nunca terá até ao momento vendido um único trabalho seu...), ao recusar “uma carreira” de artista, sobrevivendo com empregos que terão tido o seu quê de rotineiro, filia-se na linhagem dos Bartleby [4], esses mansos funcionários subversivos, seguidores de rotinas irrepreensíveis que, quando confrontados com o que se espera deles, surpreendem pela delicadeza da recusa firme com que dizem “prefiro não o fazer”. Ou dos Bernardo Soares [5], esses escriturários invisíveis da rotina com uma segunda existência com a qual reinventam a vida através da sua crítica filosófica do real."
volto ao matutar, que já não tem directamente a ver com Alvess, mas com o motor que nos põe em funcionamento, dentro e fora das nossas rotinas diárias:
- de onde vem a força criadora?
- quais as nossas motivações?
- da legitimidade do reconhecimento...?
- quanto dependemos dos outros ou de nós mesmos?
- ...
transcrevo um pouco de um artigo muito completo por João Fernandes e Sandra Guimarães, na e-vai: plataforma virtual para a comunidade das artes plásticas e visuais.
"Por sua vez, há ainda um outro detalhe biográfico, aparentemente contraditório com este último, que relaciona Alvess com autores que anunciam uma modernidade redefinidora das atitudes perante a arte e perante a vida. Alvess, na independência com que separa o seu trabalho de artista das questões da sobrevivência na sua vida de cidadão (nunca terá até ao momento vendido um único trabalho seu...), ao recusar “uma carreira” de artista, sobrevivendo com empregos que terão tido o seu quê de rotineiro, filia-se na linhagem dos Bartleby [4], esses mansos funcionários subversivos, seguidores de rotinas irrepreensíveis que, quando confrontados com o que se espera deles, surpreendem pela delicadeza da recusa firme com que dizem “prefiro não o fazer”. Ou dos Bernardo Soares [5], esses escriturários invisíveis da rotina com uma segunda existência com a qual reinventam a vida através da sua crítica filosófica do real."
volto ao matutar, que já não tem directamente a ver com Alvess, mas com o motor que nos põe em funcionamento, dentro e fora das nossas rotinas diárias:
- de onde vem a força criadora?
- quais as nossas motivações?
- da legitimidade do reconhecimento...?
- quanto dependemos dos outros ou de nós mesmos?
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1 comentário:
só alguém muito estoico, um pocuo autista e muito desencantado consegue criar sem essa motivação que vem dos outros. Só sendo corajosamente inumano isso se consegue. E, no entanto, é a essa desavença com os outros, a essa não dependência, que um artista deve aspirar. acho.
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