É verdade que deixa plateias contentes, a aplaudir em pé, mas a meu ver as felicitações são maioritariamente dirigidas à actriz Carla Galvão pelo seu excelente trabalho. O texto, da autoria de Pedro Pinto e Filipe Pinto, baseia-se numa boa ideia mas falha na sua concretização. É óbvio nas escolhas contextuais e não explora significativamente a personagem e a música de Janis Joplin. A encenação de Luisa Pinto bem que podia dispensar as imagens projectadas. Gostei do carrossel de cadeiras. Gostei da mala. Não era necessário muito mais. A Carla preenche todo o palco.
Já antes, em Mil Olhos de Vidro, fiquei exactamente com a mesma sensação: os irmãos Pedro e Filipe Pinto partiram de uma excelente ideia, mas falharam a concretização do texto, a concretização da peça.
Ainda assim, Janis e a Tartaruga provocou reacções no público do Constantino Nery. Em especial na cena em que Janis apanha a boleia de uma jovem que acabou de perder o namorado suicida - alguém lá para trás na sala esvaziou e voltou a encher a sua mala, completamente, para não ter de olhar para o palco - e também na cena da boleia com o jovem branco, de fato preto, Bíblia no colo, e todo o discurso em torno do choque entre brancos e pretos - mas acho que os comentários se dirigiam aos adereços e às vestimentas de Janis na cena.
Enfim...
As minhas palmas foram maioritariamente para a Carla Galvão e é ela que eu felicito.
Continua com o bom trabalho!
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